Vinte clubes das Séries A e B boicotam a eleição da CBF em protesto contra o sistema eleitoral que favorece federações
A eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está marcada para o próximo domingo (25), e já é marcada por tensão e protestos. Vinte clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro anunciaram oficialmente que não irão comparecer à votação, em um movimento de boicote ao atual sistema eleitoral da entidade máxima do futebol nacional.
Por que os clubes boicotaram a eleição da CBF?
O principal motivo do boicote é a insatisfação dos clubes com o modelo de governança e o processo eleitoral da CBF. O sistema atual privilegia as federações estaduais, que possuem maior peso nos votos, em detrimento dos próprios clubes, que são os protagonistas do futebol brasileiro.
Em nota oficial, os clubes destacaram:
> “O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade. Não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente. Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor.”
Quais clubes decidiram não participar da eleição da CBF?
Entre os clubes que assinaram o manifesto estão gigantes do futebol nacional, como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Cruzeiro, Internacional, Fluminense, Santos e Athletico-PR. Confira a lista completa:
– América-MG
– Athletico-PR
– Atlético-GO
– Botafogo-SP
– Chapecoense
– Corinthians
– Coritiba
– Cruzeiro
– Cuiabá
– Flamengo
– Fluminense
– Fortaleza
– Goiás
– Internacional
– Juventude
– Mirassol
– Novorizontino
– Santos
– São Paulo
– Sport
Como funciona o sistema eleitoral da CBF?
O colégio eleitoral da CBF é composto por 27 federações estaduais, 20 clubes da Série A e 20 clubes da Série B. Porém, o peso dos votos é desigual: federações têm peso 3, clubes da Série A peso 2 e clubes da Série B peso 1. Isso faz com que as federações tenham maior influência na escolha do presidente.
Para registrar uma candidatura, é necessário o apoio de pelo menos oito federações e cinco clubes, dificultando a participação de chapas independentes e limitando o poder dos clubes.
O que os clubes reivindicam?
Os clubes exigem:
– Mudança no peso dos votos no colégio eleitoral, buscando maior equilíbrio entre clubes e federações;
– Participação obrigatória dos clubes em todas as assembleias gerais da CBF;
– Compromisso com a criação de uma liga de clubes;
– Profissionalização da arbitragem;
– Aprovação conjunta do calendário do futebol brasileiro;
– Regras de fair play financeiro e incentivo ao futebol feminino e às divisões de base.
Quem é o favorito na eleição da CBF?
O único candidato é Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol, que já conta com o apoio da maioria das federações estaduais. O principal adversário, Reinaldo Carneiro Bastos (Federação Paulista), não conseguiu reunir o número mínimo de federações para registrar sua candidatura.
Qual o impacto do boicote dos clubes na eleição da CBF?
Mesmo com a ausência dos clubes, a eleição deve acontecer normalmente, já que as federações garantem o quórum necessário para a votação. No entanto, o boicote evidencia uma crise de representatividade e pode aumentar a pressão por reformas na estrutura do futebol brasileiro.
A ausência dos clubes mais importantes do país na eleição da CBF é um marco histórico e pode ser o ponto de partida para mudanças profundas na governança do futebol nacional.
O boicote dos clubes à eleição da CBF escancara a necessidade de modernização e democratização do futebol brasileiro. A expectativa é que, com o novo presidente, haja espaço para diálogo e reformas que atendam aos interesses dos clubes, torcedores e de todo o ecossistema do esporte mais popular do Brasil.