Após o cessar-fogo entre Israel e Hamas, milhares de palestinos retornam a Gaza e encontram um cenário devastado. Infraestrutura destruída e desafios humanitários marcam essa nova fase do conflito
Destruição e desespero marcam a volta para casa
Após 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas, milhares de palestinos começaram a retornar à Faixa de Gaza. O cessar-fogo trouxe alívio temporário, mas também revelou a magnitude da destruição. Muitos chegam a pé, em caminhões ou carroças, levando o pouco que restou de suas vidas.
A cena é desoladora. Edifícios foram reduzidos a escombros, hospitais estão inoperantes e a infraestrutura básica foi destruída. De acordo com a ONU, cerca de 69% da Faixa de Gaza foi danificada ou completamente arrasada. A reconstrução pode levar décadas, agravada pelo bloqueio israelense e a falta de recursos.
“Não esperávamos tanta destruição. Estávamos construindo nossa casa há 20 anos, e foi destruída em um momento”, disse um morador à AFP, em Rafah. Milhares que retornam compartilham esse sentimento, sem saber onde poderão viver.
Crise humanitária se agrava
O retorno da população expõe um cenário de extrema precariedade. A população tem pouca água potável, enfrenta escassez de alimentos e depende de abrigos improvisados como única opção de moradia. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou que a fome atinge níveis críticos, especialmente no norte de Gaza.
Após o cessar-fogo, as autoridades permitiram a entrada de ajuda humanitária, mas ela ainda é insuficiente. Apenas uma fração dos 600 caminhões diários prometidos conseguiu chegar às áreas mais afetadas. Especialistas alertam que a fome pode atingir proporções catastróficas se o fluxo de suprimentos não aumentar rapidamente.
O futuro de Gaza permanece incerto. A reconstrução exige bilhões de dólares, mas, sem um acordo político duradouro, o ciclo de destruição e sofrimento pode se repetir. Líderes internacionais, como Joe Biden, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, pediram o cumprimento do cessar-fogo e soluções para uma coexistência pacífica entre Israel e Palestina.
Enquanto isso, organizações humanitárias reforçam que, mesmo com o fim dos ataques, o sofrimento da população de Gaza está longe de acabar.
Fonte: Agência Brasil