ONU aponta que 70% das vítimas da guerra de Gaza são mulheres e crianças, indicando violações de princípios humanitários internacionais
Guerra de Gaza
Nesta sexta-feira (8), o Escritório de Direitos Humanos da ONU informou que quase 70% das vítimas fatais verificadas na guerra de Gaza são mulheres e crianças. O relatório, que cobre mortes verificadas através de três fontes independentes, aponta um alto impacto civil. A guerra entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, tem gerado crescentes preocupações humanitárias devido ao número de mortes civis.
A contagem da ONU inclui apenas casos confirmados, totalizando até agora 8.119 vítimas, mas destaca que o número real pode ser maior. Autoridades palestinas em Gaza estimam mais de 43 mil mortes desde o início do conflito. Segundo a ONU, o elevado percentual de vítimas civis levanta sérias questões sobre violações dos princípios de distinção e proporcionalidade do direito humanitário.
Princípios humanitários
A ONU ressaltou que a prevalência de mortes de mulheres e crianças indica uma “violação sistemática” do direito internacional, que exige medidas para proteger civis em conflitos. Volker Türk, Alto Comissário para os Direitos Humanos, enfatizou a necessidade de investigação e responsabilização. “Este nível sem precedentes de mortos e feridos entre os civis é consequência direta da violação dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional”, afirmou em comunicado.
O conflito começou após um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual 1.200 israelenses morreram e mais de 250 foram feitos reféns. Israel afirma que suas ações visam evitar danos civis, alegando que o Hamas usa civis como escudos humanos. O Hamas, por sua vez, nega essa prática. A ONU reafirma a importância da coleta de provas sobre as violações para futuras investigações judiciais.