Com R$ 9,8 bi, Saúde vai adaptar o SUS às mudanças climáticas, criando unidades resilientes a eventos extremos
Investimento bilionário e o plano AdaptaSUS
O Ministério da Saúde anunciou neste domingo (30) um aporte financeiro significativo para a rede pública. O governo federal destinará um total de R$ 9,8 bilhões para ações estruturais. O objetivo central é adaptar o Sistema Único de Saúde (SUS) às mudanças climáticas. A iniciativa integra o plano estratégico batizado oficialmente como AdaptaSUS. O ministério detalhou as medidas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O anúncio oficial ocorreu no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, realizado em Belém.
A verba será utilizada para a construção de novas unidades de atendimento médico. O plano também contempla a reforma e modernização de prédios já existentes. A pasta busca preparar a rede para manter o funcionamento durante desastres naturais. O cronograma prevê a execução de dezenas de metas específicas até 2035. Esse movimento coloca a saúde como prioridade na agenda ambiental do governo.
Infraestrutura resiliente e novas diretrizes técnicas
O ministro Alexandre Padilha enfatizou a gravidade do cenário atual para o setor. Ele classificou a crise climática como um problema urgente de saúde pública. Padilha destacou dados globais alarmantes sobre o impacto de desastres na infraestrutura. Estatísticas mostram que um em cada 12 hospitais no mundo paralisa atividades por eventos extremos. Para mitigar esse risco, foi lançado o Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes.
O documento estabelece normas técnicas rigorosas para a construção de UBS e UPAs. As diretrizes orientam sobre como reforçar estruturas contra tempestades e enchentes. O guia exige sistemas que garantam autonomia de energia elétrica e abastecimento de água. Projetos de inteligência predial e padrões elevados de segurança também são requisitos. O documento passa a integrar as regras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento. A intenção é garantir que o atendimento à população não seja interrompido.
Gestão especializada e modernização ética
O Ministério da Saúde instituiu um grupo técnico especializado para detalhar a implementação dessas novas regras. Especialistas do próprio Ministério da Saúde e da Fiocruz formam a equipe. Representantes da Anvisa e da Organização Pan-Americana da Saúde também integram o comitê. O trabalho conjunto visa fiscalizar a aplicação correta dos recursos bilionários anunciados. Além da infraestrutura, o congresso foi palco de mudanças na área de pesquisa.
O ministério apresentou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep). A nova estrutura tem como missão modernizar o sistema de avaliação ética no Brasil. A proposta promete agilizar análises e reduzir a duplicidade de processos burocráticos. A Inaep também definirá critérios mais claros de risco para estudos com seres humanos. A medida busca aproximar a ciência brasileira das melhores práticas internacionais vigentes.



