A polícia prendeu Hytalo Santos e o marido em Carapicuíba, SP, por investigação de exploração de menores e produção de vídeos com adolescentes
Prisão e operação policial
A polícia prendeu preventivamente nesta sexta-feira (15) o influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A operação envolveu o Ministério Público da Paraíba (MP-PB), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além da Polícia Rodoviária Federal. O juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, expediu a ordem de prisão. Segundo o magistrado, há fortes indícios de tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho infantil artístico irregular. Ele também destacou a produção de vídeos com divulgação em redes sociais e constrangimento de crianças e adolescentes.
A prisão visa impedir a destruição de provas e evitar a intimidação de testemunhas. O juiz ressaltou que os investigados já destruíram documentos, removeram objetos que seriam apreendidos e dificultaram a investigação de forma coordenada. A decisão da Justiça busca preservar a eficácia do trabalho investigativo e assegurar que novas evidências não sejam comprometidas. Durante a operação, a polícia revistou a residência em Carapicuíba e apreendeu todos os aparelhos eletrônicos pertinentes, garantindo a preservação de provas essenciais.
Investigações e denúncias
As apurações contra Hytalo começaram em 2024, motivadas por denúncias de vizinhos sobre adolescentes participando de festas com bebida alcoólica e comportamentos inapropriados. O caso ganhou repercussão nacional após o youtuber Felca, com mais de 4 milhões de inscritos, denunciar publicamente a “adultização” de crianças e adolescentes em vídeos produzidos por Hytalo. Desde então, o influenciador é alvo de ações da Justiça da Paraíba, incluindo mandados de busca e apreensão e ação civil pública.
O MPT também investiga Hytalo, analisando mais de 50 vídeos publicados nas redes sociais e colhendo mais de 15 depoimentos de pessoas envolvidas na produção dos conteúdos. Segundo o procurador Flávio Gondim, os vídeos analisados indicam exploração e exposição de menores em atividades digitais, reforçando a necessidade da prisão preventiva.
Medidas judiciais e defesa
Além da prisão, a Justiça determinou o bloqueio das redes sociais de Hytalo e a desmonetização de conteúdos que envolvem menores. Ele também está proibido de manter contato com os adolescentes citados nos processos. Na quinta-feira (14), a polícia apreendeu computadores e celulares na residência dele em João Pessoa para preservar provas.
A defesa do influenciador, representada pelo advogado Sean Abib, afirma que Hytalo nega as acusações e que sempre colaborou com as autoridades. “Reafirmamos a inocência de Hytalo Santos. A defesa permanece acompanhando o caso com atenção e confiando no devido processo legal”, disse Abib. Segundo a Justiça, o influenciador atuou na promoção de uma empresa de rifas e sorteios, mas apenas como divulgador contratado, sem responsabilidade direta sobre o uso de imagens de menores.