Introdução ao fórum
Quais são os nós que a filantropia pode ajudar a desatar? De que maneira o uso de dados, da tecnologia e da inteligência artificial pode promover transformações sociais? Qual o poder de influência da filantropia familiar? Como a filantropia pode ajudar na redução de desigualdades? Essas e tantas outras perguntas conduziram os painéis do 13º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado na quarta-feira (04) pelo IDIS – Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento do Investimento Social.
O evento contou com a presença de grandes nomes da filantropia nacional e internacional, além da sociedade civil organizada.
Tema e abertura
Com o tema “Filantropia entre nós”, o Fórum foi realizado em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation. Paula Fabiani, CEO do IDIS, ressaltou: “Este é um espaço para aprendizado, reflexões e troca de experiências. A cada ano, buscamos trazer grandes questões ao debate, reunindo perspectivas de diferentes regiões do Brasil e do mundo.”
Celebração dos 25 anos do IDIS
Na ocasião, o IDIS celebrou a marca de 25 anos e contou com a participação do fundador Marcos Kisil. Ele explicou: “Eu percebi a falta de apoio técnico para filantropos atuantes e para os que poderiam chegar nos próximos anos. Essa foi a orientação que deu origem ao IDIS.”
Impacto da filantropia na redução das desigualdades
“A filantropia precisa dialogar com as várias realidades do Brasil”, alertou a escritora Cida Bento no painel sobre desigualdades sociais. A discussão contou com Renata Piazzon, Sérgio Fausto e moderação de Philip Yun. Cida enfatizou: “Precisamos que as pessoas negras sejam parte não só de quem vai receber o apoio, mas também de quem pensa na direção dos projetos.”
Philip Yun acrescentou: “Precisamos estar atentos para o fato de que o mundo agora mudou para sempre. O que funcionava no passado não vai funcionar no futuro.”
Influência da filantropia familiar
José Luiz Egydio Setúbal destacou a importância da filantropia familiar. Ele afirmou: “Não é a filantropia que vai salvar o Brasil ou acabar com a desigualdade. É a capacidade de interagir e fazer a interlocução com diversos setores.”
Filantropia e saúde pública
Carla Reis, do BNDES, abordou a relevância da filantropia na saúde pública. Ela destacou que hospitais filantrópicos são responsáveis por cerca de 60% dos atendimentos do SUS.
Filantropia e tecnologia
Daniel Paixão debateu a tecnologia como geradora de transformações sociais. Ele mencionou: “Percebemos que a periferia não estava ocupando o espaço tecnológico do Porto Digital.”
Luana Genót apresentou a Deb, um programa de inteligência artificial voltado para inclusão. Beatriz Johannpeter também participou do debate sobre investimentos em negócios de impacto, moderado por Alex Pinheiro.
O evento lançou o Compromisso 1%, um movimento para engajar empresas a doarem 1% do lucro líquido anual para causas sociais. Doze empresas já aderiram ao movimento.
Reflexões sobre ESG e encerramento
“Os nós do S na agenda ESG” trouxe reflexões sobre o tema com Luciana Morelli, Liane Freire e Mônica Gregori, moderados por Tarcila Ursin. O encerramento do Fórum incluiu um debate com Cláudia Soares Baré, Grace Maingi e Julia Brindisi.
O evento recebeu 57 palestrantes e especialistas em 13 sessões para uma plateia de 294 pessoas. A transmissão online pelo canal do Youtube do IDIS teve 1.398 visualizações. O evento contou com apoio institucional de várias organizações, incluindo o UNICEF Brasil.