Ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, é condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro envolvendo recursos da Odebrecht e do governo venezuelano
Nesta terça-feira (15), a Justiça do Peru condenou o ex-presidente Ollanta Humala a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. A sentença refere-se ao recebimento de recursos ilícitos da construtora brasileira Odebrecht e do governo venezuelano para financiar suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011. O Terceiro Juizado da Corte Superior Nacional proferiu a decisão.
Segundo as investigações, Humala teria recebido US$ 3 milhões da Odebrecht para a campanha de 2011 e cerca de US$ 600 mil do governo de Hugo Chávez em 2006. Eles ocultaram os valores por meio de contratos fictícios e falsos doadores para legitimar o dinheiro ilícito.
Esposa e aliados também condenados
A Justiça condenou Nadine Heredia, esposa de Humala e cofundadora do Partido Nacionalista, a 15 anos de prisão pelo mesmo crime. Ela não compareceu à leitura da sentença, e a Justiça ordenou sua captura imediata. Ilán Heredia, irmão de Nadine, recebeu uma pena de 12 anos de prisão. A Justiça multou o partido político e a empresa de fachada Todo Graph e determinou o encerramento de suas atividades. A sentença encerra um processo judicial que se estendeu por mais de três anos, iniciado após as revelações do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht em diversos países da América Latina.
Humala é o terceiro ex-presidente peruano condenado por envolvimento no caso Odebrecht. A condenação de Alejandro Toledo ultrapassou 20 anos de prisão, enquanto Alan García cometeu suicídio em 2019, durante uma tentativa de prisão. Pedro Pablo Kuczynski responde em liberdade por acusações similares. A defesa de Humala anunciou que recorrerá da decisão, mas a sentença permanecerá em vigor durante o processo de apelação. Autoridades transferiram o ex-presidente para o presídio de Barbadillo, onde ele cumprirá sua pena.