Felca denuncia Hytalo Santos e alerta sobre exploração infantil nas redes, gerando bloqueios e mobilizando autoridades
Na última quinta-feira (7), o youtuber Felca publicou no YouTube o vídeo Adultização, com quase 50 minutos de duração. O material reúne denúncias sobre exploração e sexualização de crianças e adolescentes em redes sociais. Entre os alvos está o influenciador paraibano Hytalo Santos, de 28 anos. Ele produzia conteúdos com menores em um formato semelhante a reality show. Uma das participantes, Kamylinha Santos, aparece nas redes desde os 12 anos e hoje tem 17.
Felca classificou o conteúdo como um “circo macabro” que expõe crianças a riscos graves. O vídeo mostra como algoritmos podem entregar esse tipo de material a perfis de pedófilos. Também traz entrevistas com especialistas sobre os danos emocionais da superexposição infantil. Em poucos dias, o vídeo ultrapassou milhões de visualizações. A repercussão provocou o bloqueio dos perfis de Hytalo no Instagram e TikTok. O Ministério Público da Paraíba já investigava o caso antes mesmo da denúncia viralizar.
Quem é Felca?
Felca é o nome artístico de Felipe Bressanim Pereira, natural de Londrina (PR). Ele iniciou sua trajetória online em 2012 como streamer de videogames. Aos poucos, migrou para vídeos de humor, acumulando mais de 4 milhões de inscritos no YouTube. Ganhou notoriedade por reações engraçadas e sátiras sobre o universo pop. Em 2023, viralizou ao testar a base de Virgínia Fonseca, alcançando mais de 19 milhões de visualizações.
Também se destacou ao debochar das “lives de NPC”, arrecadando mais de R$31 mil e doando o valor para instituições. Até então, seu conteúdo tinha foco no humor e no entretenimento. A publicação de Adultização marcou uma virada em sua carreira. Mostrou um criador disposto a usar sua visibilidade para discutir problemas sérios. A mudança de tom surpreendeu seguidores e atraiu atenção da imprensa e de autoridades.
Reações e consequências
A deputada federal Erika Hilton elogiou publicamente a atitude do youtuber. Ela afirmou ter acionado a Polícia Federal e pressionado redes sociais para adotar medidas urgentes. Parlamentares de diferentes partidos demonstraram apoio à causa. A repercussão aumentou a pressão sobre o Congresso para pautar projetos contra a “adultização infantil”. Organizações como a Safernet alertaram para o aumento recorde de denúncias de exploração infantil na internet em 2023.
A mobilização gerou hashtags pedindo mais fiscalização e punição a quem expõe menores de forma abusiva. Felca revelou ter recebido ameaças após a publicação do vídeo. Ele reforçou sua segurança pessoal para seguir com o trabalho. Especialistas reforçam que a responsabilidade também recai sobre as plataformas digitais. O caso abriu um debate sobre os limites da exposição de crianças online e a urgência de regulamentação.



