Atirador em surto mata três, incluindo pai e policial, e fere nove pessoas em Novo Hamburgo, RS. Após nove horas de confronto, a polícia o matou.
O início do ataque e o cerco policial
Na noite de terça-feira (22), um ataque a tiros em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, terminou com quatro mortos, incluindo o atirador, e nove pessoas feridas. O autor do ataque, Edson Fernando Crippa, de 45 anos, estava em surto quando atirou contra diversas pessoas, entre elas seu próprio pai e um policial militar. O confronto se estendeu por mais de nove horas e a Brigada Militar encerrou a situação na manhã dessa quarta-feira (23), quando matou Crippa.
O pai de Crippa chamou as autoridades ao local após denunciar maus-tratos. Relatos indicam que ele mantinha os pais reféns dentro de casa, impedindo-os de sair. Quando os policiais chegaram à residência, localizada no bairro Ouro Branco, Edson começou a atirar. Isso resultou na morte imediata de seu pai, Eugênio Crippa, de 74 anos, e do policial militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos. Outros seis policiais e três civis ficaram feridos.
O perfil do atirador e suas armas
Edson Crippa era caminhoneiro e possuía quatro armas legalizadas em seu nome, incluindo pistolas e rifles. Ele tinha o registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e mantinha em casa um arsenal significativo com mais de 300 munições. Durante o confronto com a polícia, Edson abateu dois drones usados na operação, demonstrando grande habilidade com armas.
Crippa tinha um histórico de esquizofrenia, doença mental que já o havia levado a ser internado em hospitais psiquiátricos pelo menos quatro vezes. Mesmo assim, ele manteve o direito de posse de armas. Essa situação levanta questionamentos sobre a falta de monitoramento adequado em relação a pessoas com doenças mentais que possuem armamentos, algo que as autoridades agora investigam com mais profundidade.
O impacto na comunidade e a resposta das autoridades
A comunidade de Novo Hamburgo ficou em choque com o episódio. Vizinhos relataram momentos de desespero enquanto ouviam tiros vindos da residência de Crippa. A área foi evacuada por segurança, e o cerco policial contou com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), que tentou negociar com o atirador ao longo da madrugada. No entanto, ele respondeu a todas as tentativas de diálogo com novos disparos.
Durante a coletiva de imprensa, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a Brigada Militar neutralizou o atirador com firmeza. A ação evitou que ele matasse mais pessoas. O caso também reacendeu discussões sobre a necessidade de maior controle sobre armas de fogo e a saúde mental dos detentores de registros de CAC no país.