Rebeldes liderados pelo HTS tomaram Damasco, derrubando Bashar al-Assad após 13 anos de guerra civil na Síria. O paradeiro do ex-presidente é incerto.
Fim do regime
A queda do regime de Bashar al-Assad na Síria foi confirmada neste domingo (8), após uma ofensiva relâmpago dos rebeldes. Liderados pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), os opositores tomaram a capital Damasco e declararam o fim do governo. A ofensiva começou no final de novembro, com a conquista de cidades estratégicas como Aleppo, Homs e Hama.
O presidente Assad deixou a capital antes da entrada dos rebeldes e seu paradeiro segue desconhecido. O colapso de Damasco simboliza o desmoronamento de um regime que governou a Síria por mais de duas décadas. Durante seu mandato, Assad enfrentou tanto o avanço do Estado Islâmico quanto a prolongada guerra civil que devastou o país desde 2011.
Impactos e reações ao redor do mundo
A tomada de Damasco gerou reações globais. A ONU apelou por negociações imediatas para estabelecer uma transição política conforme a Resolução 2254, que propõe eleições livres e um governo de transição. O enviado especial Geir Pedersen ressaltou a necessidade de proteger civis e evitar novas ondas de violência.
Nos Estados Unidos, o governo demonstrou preocupação, mas reafirmou sua posição de não interferência direta. Enquanto isso, aliados históricos de Assad, como Rússia e Irã, permanecem em silêncio. Em Damasco, a população celebrou nas ruas, derrubando estátuas de Hafez al-Assad, pai do presidente, em atos simbólicos contra décadas de opressão.
Embora o momento seja de esperança, o futuro da Síria é incerto. O país, devastado por mais de 500 mil mortes e milhões de deslocados, enfrenta o desafio de reconstruir suas estruturas políticas e econômicas. Especialistas alertam para o risco de novas disputas internas ou intervenções externas, tornando a transição uma tarefa delicada e complexa.