Na pesquisa espontânea mais recente realizada pelo Instituto Veritá, divulgada hoje (27), Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, lidera com folga a disputa pela prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Com 30,9% das intenções de voto, Marçal desponta como o preferido entre os eleitores paulistanos, superando Boulos 21,6% e Nunes 14,2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Fator bolsonarista
A liderança de Marçal pode ser atribuída à sua capacidade de mobilizar o eleitorado bolsonarista na capital paulista. Mesmo sem o apoio formal de Jair Bolsonaro, Marçal conseguiu capturar uma fatia considerável desse eleitorado, que vê nele uma alternativa autêntica ao atual prefeito Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente.
Marçal tem investido fortemente em sua imagem nas redes sociais, onde promove suas ideias de renovação política e combate ao sistema tradicional. Sua presença digital, combinada com um discurso que ressoa entre os insatisfeitos com a política tradicional, tem ajudado a impulsionar sua campanha.
Principais candidatos na pesquisa
1. Pablo Marçal (PRTB) – Liderando a corrida com 30,9% das intenções de voto, Marçal tem conseguido consolidar sua imagem como um outsider, capturando um expressivo apoio de eleitores que buscam renovação e alternativas ao sistema político atual. Sua campanha nas redes sociais tem sido um dos pilares para esse sucesso.
2. Guilherme Boulos (PSOL) – Com 21,6% das intenções de voto, Boulos é o segundo colocado, mantendo-se como um dos principais nomes da esquerda paulistana. Ele já possui uma base de apoio sólida, especialmente entre os jovens e movimentos sociais.
3. Ricardo Nunes (MDB) – O atual prefeito de São Paulo aparece com 14,2% das intenções de voto. Apesar de contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nunes tem enfrentado dificuldades para crescer nas pesquisas, possivelmente devido à sua gestão discreta e à forte concorrência de Marçal.
4. José Luiz Datena (PSDB) – O apresentador de televisão e candidato do PSDB ocupa a quarta posição, com 6,3% das intenções de voto. Datena, que já flertou com candidaturas em outras eleições, ainda precisa mobilizar sua base de apoio para se consolidar como uma opção viável.
5. Tabata Amaral (PSB) – A deputada federal Tabata Amaral aparece com 5,8% das intenções de voto. Representante de uma nova geração na política, ela busca conquistar o eleitorado progressista com suas propostas focadas em educação e inclusão social.
6. Marina Helena (Novo) – Com 3,6% das intenções de voto, a candidata do Novo está focada em atrair eleitores liberais e que buscam um governo voltado para a eficiência e menos intervenção estatal.
Outros candidatos, como Bebeto Haddad (DC), Ricardo Senese (UP), Altino Prazeres (PSTU) e João Pimenta (PCO), aparecem com percentuais menores, abaixo de 2%. A pesquisa também revelou que 9,7% dos eleitores ainda estão indecisos e 5,4% afirmaram que votarão em branco ou nulo.
Desafios pela frente
Apesar da vantagem na pesquisa, a campanha de Marçal enfrenta desafios consideráveis. O PRTB, partido pelo qual concorre, é pequeno e tem acesso limitado a recursos de campanha e tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio. Com um teto de gastos de R$ 67,2 milhões definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, Marçal precisará contar com doações e recursos próprios para se manter competitivo até o dia da eleição.
Essa liderança inicial na pesquisa Veritá coloca Marçal em uma posição promissora, mas ainda é cedo para definir o rumo final da corrida eleitoral. Outros candidatos, como Boulos e Nunes, possuem estruturas de campanha mais consolidadas e podem ganhar força à medida que a eleição se aproxima.
Desafios nas redes sociais
Apesar do cenário favorável na pesquisa, a campanha de Pablo Marçal enfrenta desafios significativos, especialmente nas redes sociais. Recentemente, suas contas no Instagram, X (antigo Twitter), TikTok, YouTube, Discord e até mesmo seu site oficial foram suspensas por decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A suspensão ocorreu após uma ação movida pelo PSB, partido da candidata Tabata Amaral, que acusa Marçal de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação.
A decisão judicial baseia-se na alegação de que Marçal estaria utilizando perfis para monetizar conteúdo de forma irregular, prometendo recompensas financeiras para aqueles que ajudassem a disseminar seus vídeos online. Segundo a Justiça Eleitoral, essa prática desequilibra a disputa eleitoral, favorecendo o candidato de maneira indevida.