Jimmy Cliff, ícone do reggae mundial, morreu aos 81 anos. Músico que levou a sonoridade jamaicana ao mundo e inspirou gerações
Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae, morreu nesta segunda-feira (24), aos 81 anos. A informação foi confirmada por sua esposa, Latifa Chambers, em postagem nas redes sociais. Segundo o comunicado, o cantor sofreu uma convulsão seguida de pneumonia. Latifa agradeceu aos familiares, amigos, colegas artistas e à equipe médica pelo apoio. No mesmo texto fez um apelo aos fãs: disse que o carinho deles foi a força de Jimmy ao longo da carreira, e pediu privacidade neste momento difícil.
A notícia comoveu o mundo da música e fãs de várias gerações imediatamente manifestaram condolências. Muitos destacaram o impacto de suas canções em diferentes países e momentos da vida. A perda de Jimmy representa o fim de uma era para o reggae global. Diversos artistas e autoridades já prestaram homenagens, ressaltando a importância de sua obra e o papel fundamental que ele teve na difusão da cultura jamaicana. O luto invade rádios, plataformas de streaming e palcos que hoje reverenciam sua memória.
Trajetória de Jimmy Cliff
Nascido James Chambers em 30 de julho de 1944, em St. James, na Jamaica, Jimmy Cliff iniciou na música ainda criança, participando de festivais locais. Na adolescência, mudou-se para Kingston, adotou o nome artístico e logo se destacou. Seu primeiro grande sucesso veio cedo, com “Hurricane Hattie”. A partir dos anos 1960, foi um dos pioneiros do ska, rocksteady e reggae, ajudando a levar a sonoridade jamaicana ao público internacional. Em 1967, lançou o álbum Hard Road to Travel, dando início a uma carreira que atravessaria décadas com grande repercussão.
Ao longo de mais de seis décadas de carreira, gravou dezenas de álbuns, lançou composições memoráveis e se firmou como referência. Ele foi um dos poucos artistas jamaicanos a ganhar dois prêmios Grammy (por Cliff Hanger, em 1985, e Rebirth, em 2012). Em 2010, foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame — reconhecimento de seu impacto permanente no cenário musical mundial. Ele também recebeu a Order of Merit da Jamaica, a mais alta honraria nacional nas artes.
A influência musical, o cinema e a conexão com o Brasil
Jimmy Cliff não se limitou à música: em 1972 protagonizou o filme The Harder They Come, obra cult que, com sua trilha sonora, ajudou a popularizar o reggae internacionalmente. Suas canções, entre elas “Many Rivers to Cross”, “You Can Get It If You Really Want”, “Wonderful World, Beautiful People”, “Vietnam”, “Reggae Night” e “I Can See Clearly Now”, tornaram-se hinos de resistência, esperança e identidade cultural. Ele também manteve uma relação especial com o Brasil, onde se apresentou várias vezes ao longo da carreira e conquistou fãs dedicados.
Sua música atravessou fronteiras e influenciou artistas de diferentes estilos. Jimmy era reverenciado por sua capacidade de unir protesto, espiritualidade e ritmo contagiante. Com sua voz marcante e presença vibrante, ele inspirou gerações de músicos e amantes da cultura reggae. Mesmo em seus últimos anos, continuava sendo visto como um pilar da música global, um artista cuja importância transcende o tempo e moda. Sua arte permanece viva em cada verso, em cada batida, em cada memória coletiva de quem já dançou, chorou ou sonhou com suas canções.



