Apesar do reforço da Força Nacional no Paraná, ataques a indígenas geram críticas sobre a atuação das autoridades e a segurança na região
Força Nacional de Segurança no Paraná
Após uma série de ataques a indígenas no oeste do Paraná, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) reforçou a presença da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região. A decisão veio em resposta aos ataques violentos que feriram membros da comunidade Yvy Okaju (Avá-Guarani). A comunidade está localizada na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa. Na sexta-feira (3), um ataque baleou quatro indígenas, incluindo uma criança e dois jovens.
Em nota, o Ministério da Justiça destacou que a chegada de novos agentes intensificou a segurança. As autoridades afirmam que medidas de segurança estão sendo implementadas para proteger os indígenas e garantir a ordem na região. As ações incluem patrulhamento intensivo, sobreaviso das forças de segurança e realocação dos moradores para áreas mais protegidas dentro da aldeia, para evitar novos ataques.
Críticas e Falta de Eficiência
Apesar do aumento do efetivo, a atuação da Força Nacional tem sido alvo de críticas por diversas entidades representativas dos povos indígenas. Em nota conjunta, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras organizações denunciam a ineficácia da Força Nacional no combate à violência. Segundo as entidades, o reforço na segurança chegou tarde, já depois dos ataques, e frequentemente ignora as denúncias feitas pelas comunidades.
A crítica principal é de que a Força Nacional não tem agido com a urgência necessária para proteger os indígenas e coibir os ataques antes que aconteçam. As organizações afirmam que, quando acionada, a Força Nacional chega “sempre atrasada”, após os danos já terem sido causados. Além disso, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e outras entidades também denunciaram a omissão do governo estadual e a incitação à violência por parte de autoridades locais.
Aumento da violência
Os ataques a indígenas na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá não são um fenômeno recente. Desde o final de dezembro, atacantes dispararam, incendiaram e lançaram bombas contra a comunidade Avá-Guarani. O Cimi e outras entidades de defesa dos povos indígenas alegam que a situação de violência se agravou na medida em que a comunidade aguarda a finalização da demarcação de sua terra.
Em resposta, a Polícia Federal iniciou uma investigação para identificar os responsáveis pelos ataques. Embora as forças de segurança continuem em patrulhamento constante, a falta de uma ação preventiva mais eficaz tem gerado desconfiança entre os indígenas. Eles pedem maior comprometimento das autoridades federais e estaduais na proteção dos povos afetados pela violência, especialmente considerando o histórico de conflitos na região.
A pressão sobre o governo é intensa, com pedidos para que as forças de segurança ajam de maneira mais proativa e que o Estado garanta os direitos e a proteção dos indígenas de forma concreta e imediata.