Novas profissões no Telegram movimentam a economia criativa com grupos pagos, automação e monetização direta no Brasil
Um novo tipo de trabalho surgiu de forma silenciosa nos aplicativos de mensagem. Profissionais que ganham a vida conversando com desconhecidos, mantendo grupos ativos, oferecendo conteúdo exclusivo e estimulando vendas. São os chamados chaters, especialistas em engajar assinantes dentro de grupos pagos no Telegram. Eles fazem parte de uma economia emergente que une tecnologia, comportamento digital e empreendedorismo.
Com mais de 1 bilhão de usuários ativos, o Telegram deixou de ser apenas um mensageiro e se tornou uma plataforma de monetização direta. Ao contrário de sites com login e navegação externa, os conteúdos chegam por meio do próprio chat, onde o usuário já interage com amigos e contatos. Isso torna a experiência mais simples, imediata e discreta, favorecendo o engajamento.
No Brasil, a startup VibX criou soluções que automatizam o controle de acesso, pagamentos e gestão desses grupos. Integrada ao Telegram, a plataforma permite adicionar e remover assinantes automaticamente, programar envios de conteúdo, acessar relatórios e integrar métodos de pagamento como Pix, cartão nacional e PicPay.
“Acreditamos que o Telegram abriu uma nova fronteira de monetização digital. Nosso papel é dar suporte tecnológico para que criadores possam transformar suas comunidades em fontes de renda contínua”, afirma Fernando Werneck, CEO da VibX.
Esse modelo deu origem a funções especializadas. Além dos chaters, surgiram gestores de comunidade, editores e ghostwriters que assumem a voz do criador nas interações com fãs. É uma cadeia de serviços que movimenta a chamada economia do prazer e aplica estratégias de branding, fidelização e automação para gerar receita.
“A profissão de chater surgiu da própria demanda do público, que busca proximidade e resposta imediata. Esses profissionais ajudam a manter o engajamento e impulsionar vendas com upsell e cross-sell”, explica Werneck.
Crescimento e profissionalização das comunidades digitais
Reportagens internacionais já apontam que conversas privadas representam parte crescente da renda de criadores. No Brasil, segundo a VibX, a maior parte das transações ocorre com assinantes recorrentes, fidelizados por meio de interações personalizadas.
“Hoje temos clientes que faturam dezenas de milhares de reais por mês com interações automatizadas e chats bem estruturados. O que era improvisado virou operação com dados, metas e calendário”, destaca o CEO.
A profissionalização se reflete no planejamento de conteúdo. Criadores organizam o envio de vídeos e mensagens conforme os horários de maior acesso. Muitos segmentam a comunicação ao longo do dia e mantêm uma rotina de contato com seus assinantes para fortalecer o vínculo.
Embora o conteúdo adulto tenha impulsionado esse mercado, o modelo já se expande para aulas, mentorias, finanças e comunidades pagas de outros segmentos. “Estamos vendo o nascimento de um negócio digital rápido, personalizável e escalável. Com bots, uma única pessoa pode atender milhares de assinantes com controle total”, afirma Werneck.
Com base crescente de usuários e tecnologia brasileira, o país se destaca na organização desse novo mercado. A VibX estrutura as ferramentas que viabilizam a operação, moldando um cenário onde criadores atuam como empreendedores digitais.
“Nosso foco é criar soluções acessíveis e eficientes para que qualquer criador transforme seu conteúdo em um negócio estável. Estamos apenas no começo de uma nova economia digital baseada em relacionamento direto com o público”, conclui o CEO.
Tudo isso, muitas vezes, começa com um simples “Oi, tudo bem?”.