Tesouro Nacional projeta que a Dívida Pública Federal chegue a R$ 8,5 trilhões em 2025, com aumento dos títulos atrelados à Selic
Dívida Pública Federal em 2025
A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil, que terminou 2024 em R$ 7,3 trilhões, pode atingir até R$ 8,5 trilhões em 2025, segundo as projeções do Tesouro Nacional. O aumento se dá em um cenário de juros altos e ajustes fiscais necessários para controlar os gastos do governo.
O Tesouro Nacional divulgou seu Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025, que estima um crescimento da dívida federal. A maior parte dessa dívida está atrelada à taxa Selic, o que significa que o aumento da taxa de juros tem impacto direto no valor final da dívida. O Tesouro prevê que, ao fim de 2025, a participação dos títulos vinculados à Selic pode chegar a 52%, uma elevação significativa frente aos 46,29% registrados no final de 2024.
Composição da Dívida
A dívida pública do Brasil é composta principalmente por títulos prefixados, pós-fixados e corrigidos pela inflação. Em 2024, a maior parte dos papéis estavam atrelados à Selic, refletindo um movimento do governo para atrair investidores em um cenário de alta de juros. No entanto, a ampliação da participação de títulos pós-fixados aumenta a sensibilidade da dívida às flutuações da taxa Selic, o que pode elevar o custo do financiamento público.
Além disso, a dívida externa, que representa uma parte menor da DPF, deve manter-se entre 3% e 7% do total. Esse fator está diretamente relacionado às variações do câmbio e à capacidade do governo de honrar os compromissos externos. Em 2025, o governo federal tem como uma das principais estratégias manter um nível de reservas internacionais adequadas para garantir o pagamento da dívida externa.
Perspectivas Fiscais
A grande preocupação com o aumento da dívida pública é o impacto nas finanças do país. O Brasil enfrenta um grande desafio fiscal, com projeções de déficit de 7,8% do PIB em 2024. O crescimento da dívida pode pressionar ainda mais as contas públicas, exigindo um equilíbrio entre crescimento econômico e controle do endividamento.
O governo tem se esforçado para adotar medidas de ajuste fiscal, como reformas tributária e administrativa, para diminuir o impacto da dívida sobre o orçamento nacional. No entanto, a eficácia dessas medidas dependerá da capacidade de implementação e da estabilidade econômica.