Vazamento entre líderes acirra conflito Camboja-Tailândia; mais de 30 mortos e reunião para cessar-fogo marcada
O conflito entre Camboja e Tailândia ganhou nova intensidade após uma conversa vazada entre os líderes dos dois países sobre a fronteira em disputa. A divulgação expôs críticas internas da primeira‑ministra tailandesa Paetongtarn Shinawatra, à liderança cambojana, provocando indignação pública e reacendendo tensões históricas.
Desde então, os países trocaram ataques com uso de drones, tiros, artilharia e caças F‑16, resultando em ao menos 33 mortes, entre civis e militares. Tropas tailandesas bombardearam posições cambojanas próximas a templos disputados, e o Camboja respondeu com foguetes e minas terrestres. Civis também foram atingidos em ataques a postos de gasolina e áreas residenciais. A violência forçou milhares de moradores a deixarem suas casas nas regiões fronteiriças, agravando ainda mais a crise humanitária.
Tentativas diplomáticas e reunião marcada
Neste domingo (27), os governos do Camboja e da Tailândia anunciaram que vão se reunir na Malásia nesta segunda‑feira (28) para tentar negociar um cessar‑fogo. O encontro ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que conversou com líderes da região e pediu moderação.
A ONU também convocou uma reunião de emergência em Nova York, a pedido do primeiro‑ministro cambojano Hun Manet. A expectativa é que a mediação regional, com apoio da Malásia e da ASEAN, consiga conter o avanço da violência.
A disputa territorial entre os dois países remonta ao século XIX, quando a França delineou a fronteira durante o período colonial. Templos como o Preah Vihear estão no centro da rivalidade.
Crises semelhantes já ocorreram, como em 2008 e 2011, deixando dezenas de mortos. Agora, o vazamento da conversa entre Paetongtarn Shinawatra (Tailândia) e Hun Sen (ex‑líder cambojano) intensificou desconfianças e pressões políticas internas. O agravamento da crise já afeta o turismo e o comércio nas regiões fronteiriças, e os cambojanos começam a sentir o impacto econômico.