Brasil faz história no Mundial de halterofilismo no Cairo, conquista ouro inédito por equipes femininas e encerra melhor campanha da história
O Brasil encerrou a sua melhor campanha da história em Mundiais de halterofilismo com a medalha de ouro por equipes femininas neste sábado, 18, último dia da competição realizada em Cairo, no Egito. A equipe brasileira, formada pela paulista Mariana D’Andrea, a mineira Lara Lima e a carioca Tayana Medeiros, todas também medalhistas nas disputas individuais, derrotou Uzbequistão na final por 312,94 a 214,03 pontos e ficou com o título inédito.
Na despedida do Mundial, o país ficou na quarta colocação na disputa por equipes mistas, com o time formado pelo carioca Gustavo Amaral de Souza, mineiro Marco Túlio Cruz e a amazonense Maria de Fátima de Castro.
Com isso, o país finalizou sua melhor campanha na história da competição com seis medalhas no total, sendo um ouro, três pratas e dois bronzes. Foram cinco medalhas no individual e uma por equipes. Superou o recorde até então feito em Dubai 2023, com quatro medalhas no total, sendo três na categoria adulta e outra no júnior – um ouro, uma prata por equipes femininas e um bronze obtidos na elite.
Brasil bate recordes e faz campanha histórica
O Brasil conquistou no Egito quase a mesma totalidade de medalhas que havia obtido em todas as suas participações anteriores. O Brasil havia conquistado até então oito pódios adultos em Campeonatos Mundiais, cinco deles em disputas individuais. Duas dessas conquistas eram da paulista Mariana D’Andrea, sendo um ouro (Dubai 2023) e uma prata (Geórgia 2021).
Além dessas medalhas, o país tinha três pratas em disputas por equipes na história da competição. Uma em Dubai 2023, com sua equipe feminina, e outras duas com seu time misto – Geórgia 2021 e Cazaquistão 2019.
A participação histórica do Brasil em Mundiais da modalidade ainda contou com outra marca expressiva: 18 dos 25 (ou 72%) halterofilistas do país que competiram em Cairo terminaram entre os 10 melhores do mundo em suas respectivas categorias.
“Esse Mundial foi uma porta de entrada para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles. Então, pensamos nisso na hora de elaborar a nossa preparação, que foi robusta para oferecer aos atletas a condição de começarem bem esse ciclo. E, novamente, o Brasil mostrou a sua força. Em Paris 2024, havíamos obtido quatro pódios. Agora, aqui em Cairo, foram cinco no individual. Também registramos um aumento substancial em relação à nossa última participação em Mundiais [Dubai 2023]. Quebramos três recordes brasileiros, quatro recordes das Américas. Estamos muito felizes com a nossa participação”, analisou Murilo Spina, coordenador de halterofilismo do CPB.
Ouro inédito
Pela fase classificatória da disputa por equipes femininas, o Brasil avançou na primeira colocação. A mineira Lara Lima, medalhista de bronze no individual na categoria até 41kg, começou a disputa e confirmou 100kg.
A paulista Mariana D’Andrea, prata entre mulheres até 73kg foi a segunda brasileira a fazer levantamento e validou 125kg. A carioca Tayana Medeiros, prata na categoria até 86kg, finalizou ao erguer 130kg.
“Estou muito feliz. No último Mundial, precisei ir embora antes da disputa por equipes por causa da perda do meu pai. Foi muito difícil aquele momento. Mas agora estamos aqui, conquistamos o nosso ouro. Muito gratificante estar fazendo parte desta conquista. Essa medalha é para o meu pai”, afirmou Mariana.
Pelas semifinais, o Brasil enfrentou o Egito. Lara, novamente com 100kg, Mariana, com 133kg, e Tayana, com 135kg, colocaram o país em mais uma final de Mundial.
Ouro feminino e desafios das equipes mistas
Na decisão diante do Uzbequistão, Mariana começou com 135kg validados para depois Lara, com 101kg, e Tayana, com 127kg, confirmarem o título mundial inédito por equipes para o Brasil por a 312,94 a 214,03 pontos.
“Essa medalha representa a força do halterofilismo feminino do Brasil. Conseguimos repetir o nosso desempenho do individual na disputa por equipes. Tivemos aquele episódio do pai da Mariana no último Mundial e que impactou todo mundo. Hoje viemos com o sangue nos olhos e conseguimos”, finalizou Tayana.
Na fase classificatória por equipes mistas, Maria de Fátima fez 123kg, Marco Túlio levantou 167kg e Gustavo Amaral de Souza ergueu 235kg. Com isso, o Brasil alcançou 375,16 pontos e avançou para semifinal contra os chineses. Nesta disputa, Maria de Fátima e Gustavo conseguiram validar suas marcas com 126kg e 225kg, respectivamente, mas Marco Túlio não foi bem sucedido em sua tentativa e, com isso, os chineses avançaram para a briga pelo ouro e o Brasil foi para a disputa do bronze contra o Egito.
As duas primeiras tentativas brasileiras na disputa do bronze foram bem sucedidas. Maria de Fátima levantou 126kg e Marco Túlio 167kg. O desafio final ficou com Gustavo Amaral, que não obteve validação da tentativa de levantamento de 220kg. Com isso, o Brasil somou 247,8 pontos contra 349,64 da equipe egípcia, que teve todas as suas tentativas válidas e ficou com o bronze.