Bombardeio dos EUA a porto controlado por Houthis no Iêmen deixa 74 mortos e levanta alerta para novo ciclo de violência no Oriente Médio
Na noite de quinta-feira (17), os Estados Unidos lançaram um ataque aéreo contra o porto de Ras Isa, no oeste do Iêmen. A ofensiva matou ao menos 74 pessoas e feriu 171, segundo o Ministério da Saúde do governo houthi. O porto é considerado uma infraestrutura vital. Além de movimentar petróleo, o porto recebe 70% das importações e 80% da ajuda humanitária que entram no país. O Comando Central dos EUA afirmou que os rebeldes usam o terminal para financiar operações militares. Segundo o comunicado oficial, o ataque mirava enfraquecer a fonte de poder econômico dos Houthis, que têm lançado mísseis contra alvos israelenses e navios comerciais.
Houthis acusa Washington de crime de guerra
Os Houthis classificaram o bombardeio como uma violação da soberania nacional. Segundo eles, o alvo era uma estrutura civil que serve toda a população iemenita. O grupo afirmou que a ação dos EUA é uma resposta à sua posição de apoio aos palestinos em Gaza. Em nota, disseram que o bombardeio visa “punir o povo iemenita por sua postura justa”. O Irã, aliado dos Houthis, condenou o ataque como “bárbaro” e “inaceitável”. O governo iemenita reconhecido internacionalmente, por outro lado, responsabilizou os rebeldes por militarizarem uma instalação essencial.
Desde março, os EUA têm intensificado bombardeios contra os Houthis. O presidente Donald Trump autorizou a ação após ataques contra navios no Mar Vermelho. O porto de Ras Isa é considerado um ponto-chave na estratégia rebelde. Sua destruição representa um duro golpe logístico, mas também amplia os riscos de novos confrontos.
Analistas temem que a escalada militar se transforme em um conflito regional. Grupos como Hezbollah e Hamas, também apoiados pelo Irã, seguem em confronto com Israel e aliados ocidentais. Com a guerra em Gaza como pano de fundo, o bombardeio americano no Iêmen amplia o risco de envolvimento direto de outras potências regionais.