Negociações entre Israel e Hamas avançam em Doha, com foco na troca de reféns e ajuda humanitária. Avanços ocorrem antes da posse de Trump
Discussões intensificam-se em Doha
As negociações entre Israel e Hamas sobre um possível cessar-fogo em Gaza avançam significativamente, com mediação internacional liderada por Catar, Egito e Estados Unidos. Essas discussões indiretas ocorrem em Doha e buscam pausar um conflito devastador que já dura 15 meses.
Autoridades israelenses e representantes do Hamas confirmaram avanços importantes nas negociações. Segundo fontes, o foco atual é a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e o aumento da ajuda humanitária. Gideon Sa’ar, ministro das Relações Exteriores de Israel, afirmou em comunicado que “a posição do outro lado deve ser conhecida em breve”. No entanto, divergências internas entre lideranças do Hamas e entre membros do governo israelense continuam sendo um desafio.
As negociações também enfrentam pressão de tempo, com a iminente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O governo de Joe Biden, que buscava intermediar um acordo, teme que a janela de oportunidade se feche com a transição de poder. Representantes de ambos os governos e aliados regionais continuam trabalhando para consolidar um plano antes dessa data-limite.
Questões críticas em debate
Entre os principais pontos de discordância estão os termos para um cessar-fogo definitivo. Israel insiste na destruição completa do Hamas como entidade militar e política, enquanto o grupo palestino exige o fim completo das hostilidades. A falta de consenso sobre a primeira fase do acordo — que incluiria uma trégua temporária de seis semanas e a troca parcial de reféns — ainda gera impasses.
Outro ponto sensível envolve a liberação de prisioneiros. Israel propõe deportar prisioneiros palestinos condenados por crimes violentos para terceiros países, como Catar e Egito. Por outro lado, o Hamas exige a liberdade de mulheres, idosos e prisioneiros doentes sem condições adicionais. Além disso, a distribuição de ajuda humanitária e o retorno de civis palestinos ao norte de Gaza permanecem em debate.
Resistências
Divisões internas também dificultam as negociações. Lideranças do Hamas fora de Gaza demonstram maior flexibilidade, enquanto dirigentes dentro do território adotam uma postura mais dura. No governo israelense, membros da extrema-direita ameaçam romper a coalizão caso prisioneiros palestinos violentos sejam libertados. Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel, declarou que um acordo nessas condições seria “uma catástrofe para a segurança nacional”.
Embora as tensões persistam, o ambiente internacional mostra-se otimista. Diplomatas acreditam que as negociações têm maior chance de sucesso antes da posse de Trump, quando uma mudança de estratégia dos EUA poderia redefinir o cenário.