“Ainda Estou Aqui” vence o Oscar de Melhor Filme Internacional e marca um momento histórico para o cinema brasileiro
Melhor Filme Internacional
O cinema brasileiro conquistou um feito histórico na noite do Oscar 2025. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, venceu a categoria de Melhor Filme Internacional, tornando-se a primeira produção brasileira a levar a estatueta nesta categoria. A cerimônia aconteceu em Los Angeles no último domingo (2), sob apresentação do comediante Conan O’Brien.
Em seu discurso de agradecimento, Walter Salles dedicou a vitória a Eunice Paiva, protagonista da trama, e às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretaram diferentes fases da personagem. “Esse prêmio vai para uma mulher que, após uma perda irreparável, escolheu lutar em vez de se calar”, declarou o diretor.
O longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e narra a prisão e o assassinato de seu pai, Rubens Paiva, um deputado desaparecido durante a ditadura militar brasileira. A trama foca na trajetória de Eunice Paiva, que lutou por décadas para revelar a verdade sobre o desaparecimento do marido.
Além de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, o elenco conta com Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva. O filme emocionou o público ao trazer um recorte sensível sobre memória, resistência e justiça.
Reconhecimento internacional e impacto
Antes mesmo do Oscar, “Ainda Estou Aqui” já havia sido amplamente reconhecido em festivais internacionais. O filme levou quase 40 prêmios, incluindo:
- Melhor Roteiro no Festival de Veneza, para Murilo Hauser e Heitor Lorega;
- Globo de Ouro de Melhor Atriz para Fernanda Torres;
- Prêmio do Público no Festival Internacional de Cinema de Miami;
- Goya de Melhor Filme Ibero-Americano.
No Brasil, a produção segue em cartaz em mais de 600 salas de cinema, com 5,2 milhões de espectadores e uma bilheteria mundial que ultrapassa os 27,4 milhões de dólares.
A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar representa não apenas um marco para o cinema brasileiro, mas também um reconhecimento da importância de contar histórias que resgatam a memória e a luta por justiça.