Atentado em sinagoga de Manchester deixa 2 mortos e 3 feridos; polícia pode ter disparado contra vítimas ao tentar neutralizar agressor
Na manhã desta quinta-feira (2), um ataque brutal com carro e faca em frente à sinagoga Heaton Park Hebrew Congregation, em Manchester, deixou dois mortos e três feridos. A ação ocorreu durante o feriado judaico de Yom Kippur, dia mais sagrado para a comunidade judaica. Autoridades britânicas tratam o episódio como atentado terrorista. A polícia afirmou nesta sexta-feira (3) que pode ter acertado uma das vítimas com disparo acidental. Testes forenses estão em andamento para esclarecer as circunstâncias exatas do ocorrido.
Segundo relato oficial, o agressor, identificado como Jihad Al-Shamie, dirigiu um veículo contra pedestres em frente à sinagoga e depois desceu do carro para atacar com faca. Ele usava um colete que aparentava ser de explosivo, mas as forças de segurança confirmaram que era falso. Após poucos minutos, policiais armados atiraram contra o suspeito, que morreu no local. A polícia disse acreditar que o autor não portava arma de fogo, os únicos disparos vinham de oficiais no local, que agiram para impedir a entrada do agressor no templo. Um dos mortos apresentava ferimentos compatíveis com bala, e outra vítima gravemente ferida também teria sido atingida por tiro policial, segundo estimativa provisória. As vítimas baleadas estavam próximas à porta da sinagoga, em momento em que fiéis tentavam conter seu avanço. A resposta rápida da polícia é apontada como fundamental para limitar o alcance do ataque.
Vítimas, prisão de cúmplices e investigação
As autoridades identificaram os dois mortos como Adrian Daulby, 53 anos, e Melvin Cravitz, 66 anos. Os socorristas levaram três outras pessoas ao hospital em estado grave. O Batalhão Antiterrorismo presidiu prisões de três suspeitos ligados ao ataque: dois homens e uma mulher. A investigação busca apreender dispositivos eletrônicos do autor e entender motivações, com atenção sobre possível radicalização. O episódio ocorre em meio a um cenário de aumento de atos antissemitas no Reino Unido e tensões internacionais. O governo declarou apoio à comunidade judaica e reforçou o alerta em locais de culto judaico pelo país, mobilizando patrulhas de proteção.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou o ataque, cortou agenda para acompanhar operações emergenciais e ordenou aumento de policiamento em sinagogas por toda a Inglaterra. O rei Charles III também expressou choque e solidariedade às famílias das vítimas. Autoridades israelenses condenaram o crime e cobraram medidas mais firmes contra o antissemitismo. Em Londres, prefeitos locais anunciaram patrulhas intensificadas nas comunidades judaicas. Organizações da sociedade civil pedem investigação rigorosa e punição adequada. Ao mesmo tempo, segmentos religiosos muçulmanos e cristãos afirmaram apoio à comunidade judaica e repudiaram a violência. Em Manchester, líderes locais pedem calma, proteção e diálogo. Especialistas em terrorismo afirmam que caso como esse exige equilíbrio entre ação rápida e respeito aos direitos civis.