Tráfico usa drones com 160 kg de cocaína e paralisa voos em Guarulhos; PF frustra esquema e apreende droga no terminal
Operações interrompidas
Na noite desta quarta‑feira (11), pousos e decolagens foram temporariamente suspensos no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A suspensão durou cerca de 46 minutos no total, interrompendo voos e gerando desvios operacionais. A autoridade de controle aéreo determinou a paralisação após relato de ao menos um drone próximo à pista.
A Polícia Militar identificou que traficantes operavam os drones para monitorar a movimentação policial na área restrita. Foram apreendidas três caixas com aproximadamente 160 kg de cocaína. Os suspeitos fugiram para área de mata e permanecem foragidos.
Segundo a Polícia Militar, cancelamentos, alternâncias ou atrasos afetaram ao menos 34 voos. A Latam informou que mais de 20 voos tiveram alterações, Gol cancelou dois e redirecionou outros dez, e Azul também precisou alterar dois itinerários. O helicóptero Águia da Polícia Militar realizou sobrevoos para localizar os drones, mas não os avistou sobre a pista. A torre de controle retomou totalmente as operações por volta das 23h18, após confirmar a segurança.
Investigação
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso e identificar todos os envolvidos na tentativa de envio de entorpecentes via aeronaves comerciais ou carga. A Anac e o Decea proíbem voos de drones em raio de até 5,4 km de terminais, exigindo limites de altitude até 9 km da pista.
Especialistas apontam que drones representam risco significativo à aviação comercial. Atualmente, o rastreamento depende de vigilância manual e câmeras, mas ainda faltam defesas tecnológicas como sistemas anti‑drone .
É crime expor aeronave ao perigo segundo o artigo 261 do Código Penal, que prevê pena de 2 a 5 anos, agravada em caso de dano ou queda.