70 cristãos foram mortos em uma igreja na RDC. O ataque brutal, atribuído à ADF, levanta questões sobre a violência crescente na região
A violência na República Democrática do Congo (RDC) atingiu um novo patamar de brutalidade em fevereiro de 2025. Assassinaram 70 cristãos dentro de uma igreja na vila de Maiba, no território de Lubero, província de Kivu do Norte. O ataque, atribuído ao grupo extremista Forças Democráticas Aliadas (ADF), gerou comoção e trouxe à tona a insegurança crescente na região.
Segundo relatos de organizações internacionais, os agressores invadiram a vila entre os dias 12 e 15 de fevereiro, sequestrando moradores e levando-os para uma igreja protestante. Lá, amarraram e decapitaram muitas das vítimas com facões. Mulheres, crianças e idosos estavam entre os mortos.
Embora todas as vítimas fossem cristãs, especialistas alertam que a motivação do massacre pode ter sido mais complexa do que apenas perseguição religiosa. Maria Lozano, da organização Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), destacou que a violência na RDC geralmente está ligada a disputas por território e recursos naturais. “A maioria dos conflitos na região não tem motivação estritamente religiosa, mas uma combinação de fatores, como exploração econômica e luta pelo poder”, afirmou Lozano.
Crescimento da violência na RDC
O massacre ocorre em meio a um aumento dos ataques de grupos armados na região. A ADF, que tem vínculos com o Estado Islâmico, é um dos mais temidos, realizando incursões brutais contra aldeias e deixando rastros de destruição. Além da ADF, a milícia M23, apoiada por Ruanda, também tem intensificado suas ações, aumentando o caos no país.
Nos últimos meses, a escalada da violência forçou milhares de pessoas a fugir de suas casas. A presença de mais de 120 grupos armados em Kivu do Norte e Kivu do Sul contribui para o colapso da segurança e a deterioração da situação humanitária.
Diante do horror desse massacre, entidades religiosas e organizações humanitárias pedem uma resposta internacional urgente. A ACN tem reiterado a necessidade de medidas concretas para conter a violência e garantir a proteção das comunidades cristãs e de outros grupos vulneráveis na RDC.
O ataque à igreja de Maiba é um triste reflexo da crise que assola a região há anos. Sem uma intervenção eficaz, a população congolesa continuará sendo alvo de grupos armados que exploram o caos para seus próprios interesses.