Novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz assume pasta após escândalo no INSS e promete dedicação aos aposentados e combate a fraudes
O ex-deputado federal Wolney Queiroz foi anunciado em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira (2) como novo ministro da Previdência Social publicada. O governo oficializou a nomeação após Carlos Lupi pedir demissão em meio a denúncias de fraudes bilionárias em benefícios pagos pelo INSS.
A investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelou que associações cadastravam aposentados sem consentimento para aplicar descontos indevidos nos pagamentos. O prejuízo estimado pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Lupi e Wolney participaram de uma reunião do Conselho da Previdência em 2023, onde autoridades apontaram o esquema, mas adotaram medidas para contê-lo apenas quase um ano depois.
Neste sábado (3), Wolney divulgou vídeo nas redes sociais afirmando estar “animado e com energia” para enfrentar a “tarefa árdua” à frente da pasta. Ele afirmou que irá honrar a confiança do presidente Lula, do PDT e, principalmente, dos aposentados e pensionistas. Disse já ter iniciado reuniões com o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, para discutir formas de ressarcimento aos beneficiários lesados.
Trajetória de Wolney
Natural de Caruaru, Pernambuco, Wolney Queiroz tem 51 anos e uma longa trajetória política. Ele se filiou ao PDT aos 19 anos e nunca trocou de partido. Wolney Queiroz iniciou a vida pública como vereador em sua cidade natal, exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal entre 1995 e 2023 e presidiu comissões importantes na Câmara dos Deputados.
Em 2022, Wolney liderou a oposição ao governo Bolsonaro no Congresso, mas não conseguiu se reeleger. Após a vitória de Lula, Queiroz integrou a equipe de transição e assumiu o cargo de secretário-executivo da Previdência Social, que ocupou até o nomearem como ministro nesta sexta-feira.
No vídeo em que comenta sua nomeação, Wolney citou o ex-governador Eduardo Campos como inspiração e disse que sua atuação como secretário era mais técnica. Agora, como ministro, quer imprimir ritmo político e garantir que os beneficiários da Previdência recebam o que lhes é de direito, com mais transparência e segurança.