O evento reúne lideranças do setor e discute o melhor controle das transações internas do país; o ex-ministro de Minas e Energia ressaltou o surgimento de novas fontes na matriz energética brasileira
Na última terça-feira (07) aconteceu em Brasília (DF) o Welcome Energia. O evento foi promovido pela Full Energy, plataforma B2B de conteúdo e eventos para a Energia do Grupo Mídia. Com o tema central “Perspectivas políticas e econômicas para os próximos quatro anos”, o evento reuniu lideranças do setor para dois debates, apresentações e networking qualificado. Questões como o monitoramento brasileiro do setor de combustíveis e a regulação de novas fontes de energia, foram destacadas pelos speakers presentes.
Na primeira mesa de debates, “As tendências políticas e econômicas da matriz energética até 2026”, o deputado federal (Progressistas – RJ) e presidente da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa da Energia Nuclear do Brasil, Julio Lopes, alertou para a importância do monitoramento brasileiro do setor de combustíveis, não só para uma melhor precificação destes produtos no país, mas para a segurança estratégica nacional. “Sem o devido monitoramento, a cartelização que ocorre com frequência em nosso país, se repete sem que haja qualquer ação do ente regulador. Somente um perfeito monitoramento da cadeia de combustíveis, desde o momento que saem das grandes distribuidoras até o distribuidor final, pode permitir o controle da quantidade real comercializada, despachada e armazenada no país.”
Para o ex-presidente da Petrobrás e ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas de Energia, José Mauro Coelho, o novo cenário exige esses esforços. “A Petrobras tinha o monopólio de combustíveis no Brasil, então nós tínhamos o controle e essa visão do todo. Nos últimos anos surgiram novos atores no mercado de combustíveis e a Petrobras não é mais a garantidora legal do abastecimento de derivados do país, portanto o monitoramento se torna necessário.”
A vice-presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Talita Porto, ressaltou que o trabalho de monitoramento e regulação tem sido realizado com afinco e em todos os setores da matriz brasileira. “Lançamos a primeira certificação do hidrogênio no dia sete de dezembro de 2022 e, este ano, vamos trabalhar para a certificação da molécula, para que a gente possa, à medida que a demanda mundial for aumentando, tornar o Brasil protagonista no processo de exportação de hidrogênio.”
Na segunda mesa de debates, “Como a transição energética afeta a economia brasileira”, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou o surgimento de novas fontes na matriz energética brasileira e detalhou a importância da regulação e da eficiência energética neste processo. “Se nós não considerarmos a eficiência energética, a mudança de cultura que está aqui se comentando, o empoderamento do consumidor, nós não vamos alcançar nossas metas. Essa transformação passa também por um processo de educação, da evolução da própria cultura do consumidor para que ele possa sim fazer me suas escolhas dentro de um ordenamento regulatório, jurídico e de um planejamento.”
O Vice-Secretário para Hidrogênio Verde do Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL), Frederico Freitas, ressaltou a atuação do hidrogênio verde como um vetor da transição energética nacional. “O Brasil precisa ordenar de forma estratégica esta abundância de sol, água, vento, biomassa, biogás e traçar um plano estratégico posicionando a produção de hidrogênio em pontos estratégicos e isso promove a produção de hidrogênio a baixo custo, tornando a produção competitiva”, ressalta.
O vice-secretário ainda explica que neste cenário, a rota da eletrólise tem um bom grau de maturidade, já é uma rota de mercado. A rota do etanol também e as outras estão em desenvolvimento acelerado para produzir hidrogênio, a preocupação seria portanto no âmbito político. “Do ponto de vista político nós precisamos avançar com a agenda regulatória, nós temos aí dois Projetos de Lei: o nº 1725, proposto em 2022 pelo senador Jean Paul Prates e o nº 1878, com o senador Jaques Wagner, estamos na expectativa.”
No evento, o presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Carlos Henrique Silva Seixas, apresentou a atuação da maior caldeiraria do Brasil, reconhecida por sua expertise tecnológica e capacidade fabril. Representando o Grupo Electra, Claudio Alves também expôs suas contribuições sobre a matriz energética no Brasil e a atuação da empresa.
Para o presidente do Grupo Mídia, Edmilson Jr. Caparelli, o objetivo do evento é oferecer uma análise destes cenários e promover o desenvolvimento do país a partir das soluções propostas. “Sabemos que a Energia é um setor extremamente estratégico para o Brasil, portanto visamos pautar o assunto e promover conhecimento, relacionamento e negócios para os participantes, por meio de um público qualificado e debates de valor.”
A edição 2024 está prevista para o dia 28 de fevereiro. O evento será estendido para um dia inteiro de debates também em Brasília (DF).