Tesouro capta US$ 2,75 bi com nova emissão de títulos em dólar, com forte demanda internacional e foco em alongar prazos e diversificar dívida
O Tesouro Nacional captou US$2,75 bilhões em mais uma emissão de títulos no mercado internacional. A operação foi concluída nesta quarta-feira (4) e dividida entre dois papéis: um novo título de 5 anos e a reabertura de outro com prazo de 10 anos.
O papel com vencimento em 2030 arrecadou US$ 1,5 bilhão, com rendimento anual de 5,68%. Já o título com vencimento em 2035 captou US$ 1,25 bilhão, com retorno de 6,73% ao ano. A emissão contou com forte procura. A demanda chegou a US$ 10,9 bilhões — quase quatro vezes o valor emitido. Segundo o Tesouro, esse foi o maior volume relativo desde 2017.
Demanda internacional e objetivo estratégico
O Tesouro informou que a emissão tem o objetivo de reforçar a curva de juros soberana em dólar e servir como referência para empresas brasileiras no exterior. A operação também antecipa recursos para vencimentos futuros em moeda estrangeira. Investidores da América do Norte e Europa concentraram a maior parte das ordens, somando 87% da alocação final. América Latina respondeu por 11,6%. Os bancos BNP Paribas, Citigroup e Santander lideraram a emissão. A liquidação financeira está prevista para o dia 11 de junho.
Segundo o Tesouro, a dívida externa tem papel relevante na estratégia fiscal brasileira. Ela ajuda a alongar os prazos da dívida pública, ampliar a base de investidores e estabelecer parâmetros para emissões do setor privado. Esta foi a segunda emissão de títulos no exterior em 2025. Em fevereiro, o Tesouro já havia captado US$2,5 bilhões com papéis que também vencem em 2035. O Tesouro ainda reforçou que o volume de dívida atrelado ao câmbio permanece baixo. Em abril, esse tipo de papel representava apenas 4% do estoque total da dívida pública.