Infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça importância da vacinação, especialmente entre idosos
Quem pode se vacinar?
São Paulo, 28 de março de 2025 – A cidade de São Paulo inicia hoje (28) a campanha de vacinação contra o Influenza, vírus transmissor da gripe. De acordo com o cronograma do governo municipal, grupos prioritários como pessoas com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a seis anos, gestantes, puérperas, pessoas com doenças crônicas e profissionais da saúde devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e AMAs/UBSs Integradas para se imunizarem. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas unidades integradas.
A vacinação contra a gripe é uma das formas mais eficazes de prevenir a doença, que pode evoluir para quadros graves, especialmente entre a população idosa.
Segundo o Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a gripe é uma infecção respiratória transmissível que pode causar sintomas como coriza, febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse e mal-estar. Casos leves duram de três a cinco dias, mas não há como prever a evolução da doença em cada pessoa.
“O vírus Influenza pode desencadear um processo inflamatório sistêmico no organismo. Em grupos mais vulneráveis, isso pode levar a complicações sérias, como pneumonia viral e eventos cardiovasculares”, alerta o especialista.
Dados alarmantes e segurança da vacina
Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) mostram que, em 2024, as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas pela gripe em pessoas com 60 anos ou mais subiram 189%. O crescimento das mortes foi de 157%, com uma taxa de letalidade de 21,7%.
O Dr. Piastrelli explica que a vacina contra a gripe é composta por vírus inativo, ou seja, não tem capacidade de causar a doença. “O que pode acontecer é a pessoa se vacinar e, nesse intervalo, ser exposta a outro vírus respiratório em circulação”, esclarece.
Os efeitos adversos são leves e passageiros, como dor no local da aplicação, febre baixa e dor de cabeça, afetando cerca de 1% dos vacinados. Contraindicações são raras e incluem reações alérgicas graves a doses anteriores ou ao outro.
Apesar da segurança e eficácia da vacina, a adesão entre adultos ainda é afetada por desinformação. “Sites como o do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) oferecem informações precisas. Além disso, profissionais de saúde bem-informados podem combater a desinformação entre seus pacientes”, conclui o Dr. Piastrelli.