Rússia lança massivo ataque aéreo com drones e mísseis contra a Ucrânia; quatro mortos em Kiev e alvos militares são declaradamente o foco
Ataque massivo
Durante a madrugada deste domingo (28), a Rússia lançou um ataque aéreo maciço sobre a Ucrânia, com especial intensidade sobre a capital, Kiev. Segundo dados divulgados pelas autoridades ucranianas, cerca de 595 drones e 48 mísseis foram empregados na ofensiva. As defesas ucranianas afirmam ter interceptado a maior parte desses projéteis, aproximadamente 568 drones e 43 mísseis. Apesar disso, o ataque ocasionou destruição em prédios residenciais, infraestruturas e até no Instituto de Cardiologia da capital.
Em Kiev, pelo menos quatro pessoas morreram, entre elas uma menina de 12 anos, e dezenas ficaram feridas. Uma das vítimas estava dentro do prédio hospitalar danificado. Áreas como Darnytskyi, Sviatoshynskyi, Solomianskyi, Holosiivskyi e Dniprovskyi foram citadas como afetadas. Testemunhas notaram uma névoa de fumaça sobre a cidade ao amanhecer, reflexo das explosões. Moradores procuraram abrigo em estações de metrô e bunkers subterrâneos. O prefeito Vitali Klitschko alertou para o cenário de destruição urbana e risco à população civil.
Outras regiões sob ataque
A ofensiva não se limitou a Kiev. Diversas regiões ucranianas foram alvo de bombardeios simultâneos com drones e mísseis. Na região de Zaporizhzhia, ao menos 16 pessoas ficaram feridas, incluindo três crianças, e prédios residenciais foram atingidos. Outras localidades como Khmelnytskyi, Sumy, Mykolaiv, Chernihiv e Odesa também registraram danos.
Hospitais, escolas e vias públicas sofreram avarias em decorrência dos impactos. Segundo Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, os ataques configuram guerra contra civis. Serviços de emergência foram mobilizados em várias cidades para responder aos estragos e vítimas. Autoridades regionais confirmaram múltiplos locais danificados, inclusive em bairros densamente povoados. O cenário evidencia cronometragem e coordenação sofisticada por parte das forças russas.
Reivindicações russas
O Ministério da Defesa da Rússia admitiu a operação e alegou que os alvos eram instalações militares e aeroportos ucranianos. O governo russo afirmou que empregou armas de longo alcance, mísseis de cruzeiro, armamentos navais e drones para atingir alvos estratégicos. Alega-se que as instalações destruídas serviam ao complexo militar-industrial ucraniano. Apesar disso, o impacto nas zonas residenciais alimenta acusações de bombardeio indiscriminado.
Zelensky e líderes ucranianos convocam a comunidade internacional a impor sanções mais duras à Rússia. O presidente ressaltou que esses ataques ocorrem após a Assembleia Geral da ONU, numa demonstração clara de poder. A Ucrânia também busca reforçar suas defesas com sistemas Patriot e novos acordos militares. Um megaacordo de armas com os Estados Unidos está em progresso, conforme comunicado de Zelensky no sábado anterior. Polônia respondeu fechando parte do seu espaço aéreo e enviando caças como medida preventiva.
Implicações políticas
O ataque renova temores de escalada militar que pode ultrapassar fronteiras ucranianas. Países vizinhos e membros da OTAN observam atentamente possíveis violações de espaço aéreo fora da Ucrânia. A Rússia nega planos de atacar a OTAN, mas declara que responderá a qualquer agressão. Nas discussões diplomáticas, União Europeia considera usar ativos russos congelados para apoiar Kiev.
A Ucrânia intensifica pedidos de sistemas de defesa aérea mais robustos e apoio militar aliado imediato. A comunidade internacional avalia as consequências de medidas punitivas e novas sanções energéticas. O momento deste ataque, logo depois da Assembleia Geral da ONU, eleva seu simbolismo político. Para Kiev e seus aliados, a disputa vai além do campo de batalha, envolvendo a capacidade de resistência estatal e diplomática.