Receita Federal apreende R$ 1 mi em canetas Mounjaro no Recife; remédio ainda não é vendido no Brasil e exige prescrição médica para entrada
Na madrugada de sábado (13), a Receita Federal apreendeu 389 canetas do medicamento no Aeroporto Internacional do Recife. Um passageiro vindo do Reino Unido transportava a carga, avaliada em cerca de R$ 1 milhão. A fiscalização ocorreu durante uma operação de rotina, parte das atividades de combate ao contrabando e descaminho. As autoridades liberaram o passageiro após a apreensão, mas ele poderá responder criminalmente e perder a mercadoria.
Legalidade e regulamentação do Mounjaro no Brasil
O Mounjaro, fabricado pela Eli Lilly, é utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e tem demonstrado eficácia na perda de peso. Apesar de aprovado pela Anvisa em 2023, o medicamento ainda não está disponível para venda no Brasil; seu lançamento está previsto para 7 de junho. Pessoas físicas podem importar apenas com receita médica e autorização da Anvisa. A Receita Federal alerta que o transporte irregular pode resultar em sanções legais e riscos à saúde, devido às condições inadequadas de armazenamento.
Nos primeiros meses de 2025, a Receita Federal já apreendeu mais de 470 canetas de Mounjaro, superando as 292 apreensões de todo o ano anterior. Esse aumento levou à intensificação das ações de inteligência para identificar rotas e perfis de passageiros envolvidos no transporte irregular. A instituição reforça a importância de seguir a legislação vigente para a importação de medicamentos, visando garantir a segurança da população e a legalidade no comércio internacional.
Riscos do uso sem orientação médica
A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, atua em dois hormônios que regulam o apetite e o açúcar no sangue. Por isso, ajuda no controle glicêmico e na perda de peso. Apesar dos benefícios, o uso sem orientação médica pode causar efeitos colaterais graves. Náusea, vômito, hipoglicemia e problemas gastrointestinais estão entre os principais riscos. A Anvisa alerta para os perigos do consumo de medicamentos adquiridos de forma ilegal. Produtos sem controle de origem podem estar vencidos, adulterados ou armazenados incorretamente.
A procura por medicamentos como o Mounjaro cresceu com a popularização de tratamentos para emagrecimento rápido. Celebridades e influenciadores impulsionaram essa tendência nas redes sociais. Com a alta demanda e o atraso na liberação oficial, o mercado paralelo ganha força. Grandes aeroportos têm registrado cargas ilegais, como a apreendida no Recife. Segundo a Receita Federal, o foco agora é intensificar o monitoramento nas alfândegas. A estratégia inclui uso de inteligência artificial e análise de perfis de risco.