Safra de café deve alcançar 55,7 milhões de sacas em 2025, com alta de 2,7% mesmo em ano de baixa bienalidade, segundo dados da Conab
Nesta terça-feira (6), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 2º Levantamento da Safra de Café 2025. A estimativa prevê um crescimento de 2,7% em relação à safra do ano anterior, com produção total projetada em 55,7 milhões de sacas de 60 quilos.
Mesmo em ano de baixa bienalidade, quando os cafezais costumam produzir menos, a produção surpreende. Se confirmada, será a maior colheita da série histórica da Conab em ciclos de menor produtividade natural. O resultado reforça a resiliência da cafeicultura nacional.
A área total destinada à cultura do café cresceu 0,8%, atingindo 2,25 milhões de hectares. Já a área em produção caiu 1,4%, enquanto a área em formação aumentou 12,3%, o que sinaliza otimismo com as próximas safras.
Conilon lidera avanço com produtividade recorde
O desempenho do café conilon foi o principal responsável pelo avanço da produção total em 2025. As lavouras dessa variedade registraram um salto de 28,3% na produtividade média, alcançando a estimativa de 18,7 milhões de sacas.
No Espírito Santo, maior produtor da espécie, a previsão é de 13,1 milhões de sacas. A boa distribuição das chuvas no norte do estado favoreceu o desenvolvimento das lavouras. A região concentra cerca de 69% da área nacional dedicada ao conilon.
Na Bahia, a produção também reagiu positivamente, com estimativa de 2,5 milhões de sacas — alta de 28,2% sobre a safra anterior. O estado retoma a vice-liderança na produção da variedade, ultrapassando Rondônia, que deve colher 2,28 milhões de sacas.
Arábica recua
O café arábica, mais sensível aos efeitos da bienalidade, registrou retração na estimativa de produção. A Conab prevê queda de 6,6%, com safra estimada em 37 milhões de sacas para 2025.
Minas Gerais, principal estado produtor da variedade, deve colher 25,65 milhões de sacas. A estiagem prolongada entre abril e setembro de 2024 e a menor força vegetativa das plantas impactaram negativamente a produção.
Em São Paulo, o clima também afetou as lavouras, reduzindo a produtividade média. Ainda assim, a área plantada no estado cresceu 5,3%, alcançando 196 mil hectares. Isso compensou parte das perdas, garantindo leve alta de 1,3% na produção.