PGR aciona STF para suspender leis de apostas esportivas, alegando falta de proteção aos consumidores e riscos sociais
PGR questiona regulação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra as leis que regulamentam o mercado de apostas esportivas no Brasil. Na ação, a PGR questiona as leis 14.790/2023 e 13.756/2018, além de portarias do Ministério da Fazenda que regulam apostas de quota fixa. Essas apostas são caracterizadas pela definição do possível prêmio no momento do lance, dependendo do evento esportivo ou virtual.
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a legislação atual apresenta falhas na proteção de direitos fundamentais dos consumidores, especialmente em um mercado que ele considera ter caráter predatório. Segundo a PGR, permitir que apostas esportivas operem sem restrições de proteção ao usuário pode colocar a população em risco. A regulamentação vigente não define critérios mínimos para assegurar o bem-estar dos apostadores e o controle sobre empresas sediadas fora do Brasil.
Impactos e argumentos
Na ação, a PGR solicita que o STF suspenda as normas imediatamente. Caso o pedido seja atendido, as casas de apostas (bets) seriam proibidas de operar no país, o que poderia impactar diretamente o setor de apostas online. O procurador-geral argumenta que a falta de regulamentação adequada afeta o controle fiscal e tributário sobre esses operadores. Grande parte deles tem sede fora do Brasil, o que dificulta a fiscalização e a arrecadação de impostos.
Além disso, a PGR alerta sobre a ausência de políticas de proteção para os consumidores, o que, segundo o órgão, fere princípios econômicos e de proteção à família presentes na Constituição. Paulo Gonet ressalta que a publicidade excessiva e irrestrita das apostas online desconsidera limites constitucionais. Isso afeta a promoção de produtos de risco à saúde e segurança financeira dos usuários, especialmente dos mais jovens.
STF deve avaliar a ação
Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar o pedido da PGR e decidir sobre a validade das leis que regulamentam as apostas esportivas. A decisão pode abrir um novo debate sobre a regulação desse mercado no país, considerando tanto o potencial econômico quanto os riscos sociais envolvidos. Se o STF decidir pela suspensão, o Brasil poderá considerar ilícita a prática de apostas online, o que trará novas implicações para a atividade.
O pedido da PGR destaca uma questão crucial: a necessidade de o governo brasileiro garantir uma regulamentação que proteja os consumidores e assegure o controle efetivo sobre o setor. O mercado de apostas esportivas no Brasil enfrenta um cenário de incerteza enquanto o STF não anuncia sua decisão.