Senadora Damares Alves critica aposta online da Caixa, apontando riscos sociais e contradição com o papel público do banco
Em pronunciamento no Plenário do Senado nesta quarta-feira (22), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) criticou duramente a decisão da Caixa Econômica Federal de lançar uma plataforma própria de apostas online. Segundo ela, a iniciativa representa um retrocesso moral e social significativo, além de desvirtuar a função social do banco público. Damares destacou que a Caixa, instituição criada para promover o desenvolvimento social e a inclusão financeira, não deveria se envolver em atividades que possam explorar a vulnerabilidade econômica da população. Ela afirmou que a medida é contraditória, perigosa e irresponsável, vindo justamente de uma instituição pública reconhecida pela sua credibilidade.
Crítica à contradição do governo federal
A senadora também apontou uma contradição no discurso do governo federal, que historicamente se posicionou contra os efeitos nocivos das apostas online. Para ela, ao permitir que um banco público entre nesse mercado, o governo estaria legitimando uma prática que já tem provocado endividamento, desagregação familiar e problemas de saúde mental. Damares ressaltou que o mesmo governo que dizia querer controlar os danos agora decide ser o agente da exploração, transformando uma instituição pública em uma casa de apostas oficial. Ela alertou que isso pode gerar consequências negativas para as famílias brasileiras, especialmente as mais vulneráveis.
Expectativa de lançamento
A Caixa Econômica Federal planeja lançar sua plataforma de apostas até o final de novembro de 2025. A operação utilizará o sistema de apostas de quota fixa, no qual o usuário conhece de antemão o valor que pode receber. A empresa Playtech – VS Technology venceu a licitação para implantar a plataforma. A Caixa registrou três marcas com potencial de servirem como nome da plataforma: BetCaixa, MegaBet e Xbet Caixa. O acesso pelos usuários será condicionado à apresentação de documentos, reconhecimento facial e cadastro de dados bancários. Beneficiários do Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada não poderão utilizar a plataforma. A expectativa é que a iniciativa gere uma arrecadação de até R$ 2,5 bilhões em 2026.



