ChatGPT ganha 1 milhão de usuários em 1h com trend de imagens no estilo Studio Ghibli, gerando debate sobre IA e direitos autorais
O ChatGPT registrou um aumento significativo de usuários nesta segunda-feira (31) devido à tendência de criação de imagens inspiradas no Studio Ghibli. O CEO da OpenAI, Sam Altman, anunciou que a plataforma ganhou 1 milhão de novos usuários em apenas uma hora. Esse crescimento repentino remete ao lançamento inicial do ChatGPT, em novembro de 2022, quando a plataforma levou cinco dias para atingir essa mesma marca.
A OpenAI lançou recentemente uma ferramenta de geração de imagens integrada ao ChatGPT, permitindo que usuários criem ilustrações em diversos estilos artísticos. A tecnologia, baseada no modelo GPT-4o, ficou disponível para usuários gratuitos na segunda-feira (25 de março). A capacidade de reproduzir a estética do Studio Ghibli tornou-se particularmente popular, levando a um aumento expressivo no número de usuários.
As redes sociais foram inundadas por imagens geradas no estilo das animações japonesas, o que chamou a atenção até mesmo da Casa Branca, que publicou uma ilustração no estilo Ghibli em sua conta oficial na quinta-feira (27 de março). A repercussão também gerou um debate sobre os limites do uso de inteligência artificial na arte.
Debate sobre direitos autorais e uso ético
A popularização das imagens no estilo Ghibli geradas por IA levantou questões sobre direitos autorais e apropriação artística. Especialistas alertam que a reprodução do estilo distintivo do Studio Ghibli pode violar leis de propriedade intelectual. Além disso, artistas ao redor do mundo questionam o uso da IA para replicar estilos consagrados sem o devido crédito ou compensação.
Em meio à controvérsia, um vídeo de 2016 voltou a circular nas redes sociais, no qual Hayao Miyazaki, cofundador do Studio Ghibli, expressa sua visão crítica sobre a arte gerada por inteligência artificial. Durante uma apresentação de um protótipo de IA na época, Miyazaki afirmou que achava o conceito “um insulto à própria vida”, reforçando sua crença de que a arte deve ser feita com alma e dedicação humana, não por algoritmos.
Em resposta às preocupações, a OpenAI afirmou que busca equilibrar a liberdade criativa dos usuários com o respeito aos direitos dos artistas. A empresa implementou diretrizes para evitar a reprodução direta de estilos de artistas vivos, permitindo influências de estúdios reconhecidos, mas sem imitação exata. No entanto, o debate sobre o uso ético da IA na arte continua em destaque, e a OpenAI ainda não detalhou a base de dados usada para treinar o GPT-4o.
O crescimento expressivo do ChatGPT com essa tendência reforça a crescente integração da IA no processo criativo. Ao mesmo tempo, a polêmica levanta discussões sobre os impactos dessa tecnologia na indústria artística e os desafios regulatórios que podem surgir nos próximos anos.