Ataque do Boko Haram em Darul Jamal deixa dezenas de mortos, casas destruídas e comunidade realocada novamente em risco
Neste sábado (6), a comunidade de Darul Jamal, no nordeste da Nigéria, sofreu um ataque brutal. Militantes do Boko Haram chegaram à noite e abriram fogo contra os moradores. Eles chegaram em motocicletas, dispararam fuzis e incendiaram casas. O ataque deixou mais de 60 mortos e espalhou terror entre as famílias. Muitas vítimas haviam retornado recentemente de campos de deslocados. O governador do estado de Borno, Babagana Zulum, confirmou o número de mortes e visitou a comunidade no mesmo dia. Ele pediu que os moradores não abandonem suas casas e garantiu reforço de segurança e ajuda humanitária. Mais de uma dezena de casas foram destruídas e mais de 100 pessoas fugiram da área.
O governador lamentou o massacre e anunciou apoio emergencial aos sobreviventes. Ele prometeu melhorar a segurança, levar alimentos e itens essenciais às famílias atingidas. Um morador relatou que os militares haviam sido avisados sobre a presença de militantes na região, mas nenhuma ação foi tomada. A liderança tradicional local afirmou: os atacantes executaram vítimas “casa por casa”, pouparam principalmente as mulheres e, ao amanhecer, moradores encontraram dezenas de corpos espalhados.
Contexto do ataque
O ataque atingiu uma comunidade que moradores haviam reassentado em julho, após anos de abandono por conta da insurgência. Apontaram a facção do Boko Haram, conhecida como Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad (JAS), como autora do ataque. Essa facção vem sendo acusada de atacar civis acusados de colaborar com grupos rivais ou com o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP). Desde 2009, a insurgência já causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados internos.
A tragédia reacendeu o medo entre os reassentados que retornavam à Darul Jamal, muitos considerando deixar a região novamente. Autoridades locais reforçam a necessidade de ações urgentes e eficazes para prevenir novos ataques e proteger populações vulneráveis. A imprensa internacional reporta o ataque como mais um indicador da persistência da insurgência, mesmo após anos de operações militares.