A Suprema Corte dos EUA mantém lei que exige a venda ou proibição do TikTok por razões de segurança nacional
Em uma decisão decisiva, a Suprema Corte dos Estados Unidos confirmou a legislação que exige que o TikTok, aplicativo de vídeos curtos amplamente popular no país, seja vendido por sua empresa controladora, a chinesa ByteDance, ou banido do território norte-americano até o dia 19 de janeiro de 2024. A lei, sancionada pelo presidente Joe Biden, foi aprovada por uma expressiva maioria bipartidária no Congresso. Ela foi defendida principalmente com base em preocupações sobre segurança nacional. A Corte considerou que a medida não infringe a proteção da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão.
O TikTok, que conta com cerca de 270 milhões de usuários nos Estados Unidos, enfrenta uma pressão crescente devido à sua conexão com a China, um rival econômico e geopolítico. As autoridades americanas têm levantado sérias preocupações sobre a possibilidade de o governo chinês acessar dados pessoais de cidadãos dos EUA. Elas consideram a extensa coleta de informações pela plataforma um fator de risco. Durante os debates, a advogada do Departamento de Justiça dos EUA, Elizabeth Prelogar, argumentou que o vasto banco de dados gerado pelo TikTok representa uma grave ameaça à segurança nacional. Ela afirmou que a China poderia usar o aplicativo para espionagem e manipulação.
Reação ao julgamento e futuro do TikTok nos EUA
A decisão da Suprema Corte coloca a disputa entre segurança nacional e direitos individuais, principalmente a liberdade de expressão, no centro do debate público. O TikTok, por sua vez, argumenta que a proibição violaria não só seus próprios direitos, mas também os de milhões de norte-americanos. A empresa destaca que muitos dependem da plataforma para se expressar, criar conteúdo e até mesmo gerar renda. Além disso, a medida afetaria diretamente seus 7.000 funcionários que trabalham nos Estados Unidos, exacerbando as preocupações sobre o impacto econômico da decisão.
Embora a decisão judicial seja um marco importante no processo, a situação continua em um cenário de incerteza. Alguns líderes políticos, como o ex-presidente Donald Trump, expressaram apoio ao TikTok, uma posição que representa uma inversão de seu governo anterior, quando ele tentou banir o aplicativo. Em contraste, outros, como o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pediram mais tempo para que o TikTok encontrasse um comprador norte-americano. Eles buscam equilibrar a proteção da segurança nacional e os direitos dos usuários. O futuro do TikTok nos Estados Unidos segue incerto, com prazos apertados e uma resolução que ainda parece distante.