Fernanda Torres surpreende o Globo de Ouro com sua vitória por Ainda Estou Aqui, destacando o talento brasileiro e uma atuação marcante
A conquista de um legado histórico
Fernanda Torres consolidou sua posição no cenário internacional ao vencer na madrugada dessa segunda-feira (6), o Globo de Ouro 2025 de Melhor Atriz em Filme de Drama, tornando-se a primeira brasileira a alcançar tal feito. O prêmio veio por sua interpretação em Ainda Estou Aqui, uma adaptação cinematográfica do livro de Marcelo Rubens Paiva, dirigida por Walter Salles. O longa explora o período da ditadura militar no Brasil, destacando a luta pela memória e justiça.
A personagem de Torres, Eunice Paiva, é uma advogada que enfrenta a tragédia do desaparecimento e assassinato de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva. Sua atuação detalha com profundidade o impacto psicológico e social da perda, capturando a resiliência de uma mulher que desafia o silêncio imposto pelo regime autoritário. Com nuances que vão do sofrimento silencioso à força inabalável, a performance de Torres conquistou tanto os jurados quanto a audiência internacional.
A vitória de Torres também homenageia o legado artístico de sua família. Vinte e cinco anos após Fernanda Montenegro ser indicada ao mesmo prêmio por Central do Brasil, sua filha não apenas alcançou a vitória, mas também reafirmou a relevância do cinema brasileiro em narrativas globais.
O mundo reage à vitória de Fernanda
A repercussão foi imediata. O jornal Los Angeles Times classificou o prêmio como a “grande surpresa da noite” e destacou a relevância de uma produção não anglofônica vencer em uma categoria tão competitiva. “Fernanda Torres nos lembrou que histórias universais transcendem idiomas e fronteiras”, escreveu o veículo.
O site The Hollywood Reporter enfatizou a coragem da escolha do júri ao premiar uma performance que abordou temas tão específicos e relevantes. Para a publicação, Torres trouxe à tona questões como memória histórica, direitos humanos e resiliência feminina de forma magistral.
Já a revista Variety destacou o impacto cultural de Ainda Estou Aqui. Segundo a análise, o filme de Walter Salles e a performance de Fernanda Torres representam uma combinação poderosa que coloca o Brasil no epicentro do debate sobre cinema de resistência.
Abertura de portas para o cinema nacional
Além do reconhecimento imediato, a vitória de Fernanda Torres deve abrir novos caminhos para produções brasileiras em um mercado internacional competitivo. O diretor Walter Salles, que já havia conquistado prêmios de prestígio com Central do Brasil e Diários de Motocicleta, ressaltou a importância de histórias locais com apelo universal. “O que vemos aqui é o poder do cinema em conectar culturas e experiências humanas”, afirmou Salles durante entrevistas após a cerimônia.
As buscas globais por Ainda Estou Aqui também refletem esse impacto. De acordo com o Google Trends, termos como “Rubens Paiva”, “Eunice Paiva” e “cinema brasileiro” registraram picos históricos logo após a premiação. Essa visibilidade reafirma o potencial do cinema brasileiro para transcender barreiras e atrair públicos diversos.
A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro é mais do que uma conquista individual. É um tributo à força narrativa do Brasil e um convite para que o mundo olhe além dos circuitos tradicionais de Hollywood.