Sete capitais brasileiras aumentam tarifas de ônibus em 2025. Veja detalhes, justificativas das prefeituras e impacto nos usuários do transporte público
O ano de 2025 começa com reajustes nas tarifas de transporte público em diversas capitais brasileiras, afetando milhões de cidadãos que dependem do transporte coletivo diário. Pelo menos sete cidades já anunciaram aumentos nos preços das passagens de ônibus, e os reajustes variam de 4,29% a 15%. Esses ajustes são justificados pelas prefeituras com base no aumento de custos operacionais, na inflação e na necessidade de manter o funcionamento dos sistemas de transporte público.
Os reajustes e suas justificativas
Em Belo Horizonte, as tarifas das linhas convencionais e do BRT Move subiram de R$ 5,25 para R$ 5,75, representando um aumento de 9,52%. Nas linhas curtas, o aumento foi de 10%, com a tarifa subindo de R$ 2,50 para R$ 2,75. A Prefeitura de Belo Horizonte justifica que o aumento é necessário para cobrir a inflação do período e garantir a manutenção da qualidade do serviço prestado à população.
Florianópolis, por sua vez, apresentou o maior aumento percentual, com um reajuste de 15%. A tarifa, que antes era R$ 6, passou para R$ 6,90. A cidade adota uma tabela diferenciada de tarifas, dependendo do meio de pagamento. Por exemplo, quem utiliza o Cartão Cidadão paga R$ 5,75, enquanto quem opta pela tarifa social paga R$ 5. A Prefeitura de Florianópolis defende o reajuste como essencial para garantir o equilíbrio financeiro do sistema de transporte, que tem custos elevados com combustível e manutenção dos veículos.
Natal registrou um aumento de 8,9%, passando de R$ 4,50 para R$ 4,90. Esse foi o segundo aumento da tarifa no intervalo de pouco mais de um ano, já que em novembro de 2023 a passagem havia subido de R$ 3,90 para R$ 4,50. O município informou que a tarifa técnica, ou seja, o preço real do serviço, é superior à tarifa cobrada dos passageiros. A própria Prefeitura compensa a diferença por meio de subsídios, conforme acordo judicial.
Impacto e controvérsias
Recife foi a cidade com o menor reajuste, de apenas 4,29%, com a tarifa passando de R$ 4,10 para R$ 4,28. Porém, esse aumento também gerou insatisfação, já que muitos passageiros argumentam que o reajuste prejudica a população mais carente. A Agência de Regulação do Estado de Pernambuco (Arpe) arredondou a tarifa para R$ 4,30. A prefeitura defende que o aumento é necessário para cobrir o aumento dos custos do sistema, como combustível e insumos.
No Rio de Janeiro, o reajuste de 9,3% fez com que a tarifa subisse de R$ 4,30 para R$ 4,70. A inflação acumulada em 2024 até novembro foi de 4,29%, e considerou-se que a alta de R$ 0,40 superou esse valor. A medida gerou críticas de movimentos sociais, que alegam que os reajustes impactam principalmente as populações de baixa renda. O prefeito Eduardo Paes, no entanto, justificou o aumento com a necessidade de garantir a sustentabilidade financeira do sistema de transporte da cidade, que enfrenta dificuldades econômicas.
São Paulo, por sua vez, registrou um reajuste de 13,6%, com a tarifa passando de R$ 4,40 para R$ 5. Este é o primeiro aumento da tarifa desde 2020, e a Prefeitura de São Paulo explicou que, apesar do valor mais alto, o reajuste é abaixo da inflação acumulada de 32% nesse período. O aumento gerou protestos e ações judiciais. Um juiz havia determinado que a Prefeitura explicasse o aumento. No entanto, o Tribunal de Justiça manteve a decisão favorável ao aumento, alegando que a documentação apresentada pela administração municipal era suficiente para justificar a alteração.